Recostado na parede, fumava. Uma carteira velha de Lucky Strike tirada do bolso do seu moletom desbotado, não era tão velho, mas era o que ele mais gostava de usar. Segundo ele o mais bonito que havia em seu guarda-roupa. Havia comprado aquela carteira há séculos e entocado no móvel do quarto.
- Essa merda deve estar mofada - falava pelo canto da boca enquanto acendia, com um isqueiro, o cigarro.
O cheiro da fumaça se misturava com o doce aroma das pessoas que passavam ao seu lado. Ele não parecia se importar. - Foda-se - diria ele, se questionado sobre o porquê de estar fumando ali, na frente do banheiro feminino. Genioso, era isso que ele era genioso. Mas ele estava, sim, a esperar alguém. Alguém que talvez não viesse tão cedo. Alguém com quem ele não se importava tanto assim - ou, vai ver, apenas fingia que não. Sophie.
Lá dentro, debruçada sobre o vaso sanitário, Sophie vomitava e esperava alguém. Ele. Ambos esperavam, mas nenhum dos dois viria ao encontro do outro. Assim eles iriam permanecer. Ele com o casaco surrado, uma carteira de cigarros vazia na mão e a esperança de encontrá-la e ela jogado no chão, completamente suada, vomitada e desesperada sem ele. Vai ver não era para ser. Ou seria, mas não naquele dia.
16 abril, 2011
Não era
07 abril, 2011
O ponto
Hoje eu não vim postar nenhuma história, vim falar de um acontecimento. Para ser exata, um acontecimento de hoje. Como toda quarta-feira a ultima aula é de educação física, mas hoje ela foi diferente, e em certo momento a professora nos mandou deitar e nos imaginar em um museu, sentados olhando para uma parede.
Eu deitada com a cabeça da barriga de um amigo e me imaginei sentada, ao lado de uma pessoa (não, não era qualquer pessoa) em frente a uma parede branca como foi pedido. Nós dois estávamos de mãos dadas, e pensando em um futuro um pouco distante. Depois, ele sumiu e eu percebi que ele não estaria sempre ao meu lado. Então desenhei um ponto em minha parede branca. Um ponto cinza, e como muitos perguntaram não era um ponto grande nem pequeno era simplesmente um ponto. Um simples ponto cinza em uma parede branca que combinava com o banco que estava em sua frente.
E como muitos também me perguntaram responderei, porque um ponto? E porque cinza? Simples. Justamente para provocar em todos, essa duvida. Arte para mim é você ver, refletir. E foi o que aconteceu comigo quando a professora mandou todos fecharem os olhos, refleti. Pensamentos voando soltos por minha cabeça e não consegui pensar em nada para pintar. Então foi quando eu percebi o quão bom era a sensação de você estar sentada refletindo. Pois é, eu fiz um ponto cinza numa parede branca de um museu.
Eu deitada com a cabeça da barriga de um amigo e me imaginei sentada, ao lado de uma pessoa (não, não era qualquer pessoa) em frente a uma parede branca como foi pedido. Nós dois estávamos de mãos dadas, e pensando em um futuro um pouco distante. Depois, ele sumiu e eu percebi que ele não estaria sempre ao meu lado. Então desenhei um ponto em minha parede branca. Um ponto cinza, e como muitos perguntaram não era um ponto grande nem pequeno era simplesmente um ponto. Um simples ponto cinza em uma parede branca que combinava com o banco que estava em sua frente.
E como muitos também me perguntaram responderei, porque um ponto? E porque cinza? Simples. Justamente para provocar em todos, essa duvida. Arte para mim é você ver, refletir. E foi o que aconteceu comigo quando a professora mandou todos fecharem os olhos, refleti. Pensamentos voando soltos por minha cabeça e não consegui pensar em nada para pintar. Então foi quando eu percebi o quão bom era a sensação de você estar sentada refletindo. Pois é, eu fiz um ponto cinza numa parede branca de um museu.
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