26 agosto, 2011

Por cima

Andando na rua um dia, eu decidi olhar para o céu percebi uma ar triste um ar de choro. Enquanto eu estava lá assistindo, eu pegava as lagrimas com minhas mãos, andava só na rua o silencio soava como o final, o final de tudo. Sentia como se nós nunca fossemos ter uma chance. Eu sentia um vazio, você me fazia sentir como se não tivesse restado nada de mim... Você levou tudo o que eu tinha, você me quebrou. Como se eu fosse feita de algum material frágil como vidro, papel não sei bem. Pode ir em frente e tentar me derrubar, eu me levantarei e esfregarei em sua cara.
Sentei ao lado de um homem numa praça, ele estava fumando. Estava concentrado, acho que pensando em quantas vezes foi magoado, ou qualquer outra coisa quem sabe. A fumaça vinha toda para cima de mim e se dissipava. Enquanto a fumaça passava por mim eu me desembaraçava de você. Acho que isso deixaria você melhor, faria você feliz enquanto eu do outro lado sangro.
Enquanto eu ficava lá, parada vi você correr. Correr de todas as chances que eu te dei, correr. E eu fiquei bem aqui, vendo você ficar cada vez mas distante, até desaparecer. Depois que percebi que você se foi de verdade vi que o erro não foi meu, em nenhum momento. Você foi por medo, ou por outro motivo qualquer e eu tinha que estar por cima. E é assim que vai ser, eu vou ficar por cima.

29 maio, 2011

Mistério.

Mais alguém já reparou o quanto são mais bonitos os homens misteriosos? Mais interessantes, imprevisíveis e com um ar de intelectual. E quanta graça mais tem nos homens imprevisíveis. Eles parecem estar seduzindo o mundo o tempo inteiro. Faz parecer que é fácil uma pessoa gostar de você. Eles fazem todas as amarem em questão de segundos. Se eles amam? Amam, mas em segredo (na maioria das vezes). Como é possível para qualquer uma não se apaixonar por um homem misterioso? Caem a hipocrisia o ar de mistério. Sobra só o que tem de mais importante: a essência! E como é atraente a essência desses homens. Eles se arrumam melhor, são mais cheirosos e sensuais... Os olhares são mais penetrantes. O único defeito desses homens é que eles, nunca ficam por perto tempo o suficiente.

Alone.

Rafaela acordou seus olhos mal conseguiam abrir. Ela tinha sono, mas precisamente cansaço emocional. A única coisa que conseguia pensar era dormir, mas os fantasmas do presente lhe atormentavam. Ou, a essa altura, já seriam do passado? Como sempre, ainda que rodeada de gente, Rafaela se sentia sozinha. Sempre fora só e isso não haveria de mudar. Ela voltou a concordar com essa afirmação. Incrível com entre quinze pessoas você se sente só, pensou. Incrivelmente deprimente. Fechou os olhos, mas tinha muitos pensamentos em sua mente. Levantou-se, pegou um cigarro e pôs-se a passear enquanto pensava e lembrava...
Rafaela cresceu rodeada de homens vizinhos
, primos, colegas de colégios. Eram tantos. E mulheres escassas. Primas, amigas? Não se recorda. Existiram? Fizeram-se importantes para ela? Não sabe. Mas claro que existiram, porém pouquíssimas dignas de serem lembradas. Rafaela gostaria de ter tido um relacionamento melhor com seu pai desde pequena. Não conseguira nas vezes que tentou e então passara a achar tudo e qualquer coisa advinda dele medíocre e não digna de respeito; ficou fria, chata e crítica demasiadamente.
Rafaela é insegura. Não é feia, pelo contrario, possui harmoniosos traços
portenhos e porte atlético. Possui uma inteligência rara e uma sensibilidade para entender pessoas, ainda que se ache medíocre ao tentar aconselhar e consolar. Sim, para Rafaela, o mundo é medíocre; e não só o mundo, mas ela própria.
Ela gostaria de ser melhor (e quem não gostaria?
Gostaria de ser mais astuta mais esperta. Ter mais iniciativa. Gostaria de ser tudo o que não é) e o que é também porque costuma se inferiozar, mediocrizar. Talvez, esperando receber elogios reconfortantes e abraços amigos.
Mas, acima de tudo. Mas acima de tudo, gostaria de ser mais amada. Ela sempre fora sozinha, e amor não rima com solidão.
Rafaela sempre busca agradar os outros (porém, agrada a poucos) Não sabe por quê. Rafaela se acha medíocre por isso - mas quando ela não se acha medíocre?

Rafaela gostaria de ser mais corajosa. Rafaela gostaria de conseguir falar tudo que quer e se fazer ser ouvido e entendido.
Mas Rafaela vai se acostumar, sempre fora sozinha. E em meio a todos esses pensamentos, Rafaela fechou os olhos, a brisa fria bateu nos seus cabelos. Seus cabelos que já foram mais bonitos, e que ela sentia orgulho em exibido, hoje ela prefere ele preso, não tem para que todos virem o estado que ele está. Sentou-se, ali, Adormeceu. Em meio a tantos pensamentos turbulentos, adormeceu. Mas agora tinha tomado uma resolução: sempre fora sozinho. Antes porque não tinha outro jeito; agora, por opção. E ela decidira que não ia depender de quem não quer depender dela. Sim, Rafaela sempre fora sozinha, mas o que isso tem de ruim afinal?

A noite.

E lá estava ela. Rafaela. Estava lá, a procura dele. E quem é ele? Onde é ele? Quando é ele? Nem ela mesma sabe ao certo. E sabe, sabe que espera um cabelo desarrumado, um moletom desbotado, um cheiro inconfundível, uma calça surrada, um humor ácido e muita vivacidade. É pedir demais? Ela sabe como ele é. Só falta encontrá-lo, mas daqui que ela a encontre ele não será mais o mesmo e nem ela. Triste não? Por isso Rafaela desiste. Prefere tê-lo em sua mente, em seus sonhos onde o tempo não passa e eles podem se fazer eternos até que ele acorde. Boa noite que Rafaela vai dormir. Boa noite.

24 maio, 2011

Um pouco, ou muito

Estava agora pensando na minha vida. Vendo tudo o que aconteceu, pra onde ela me trouxe, e só posso fazer uma coisa: agradecer! Muitas vezes eu achei que teria que recomeçar uma parte da minha vida, mas percebi que isso tudo era um complemento, tudo o que eu passei era um complemento para me deixar ainda mais forte. Toda a dor de fato fortaleceu. Todos os dias foram uma sucessão de fatos de hoje vejo, que como tijolos, construíram minha história. Isso pode ser meio estranho de estar dizendo assim, do nada. Mas o que eu posso fazer? Nada. E posso falar algumas coisas como: Eu rio de bobagens, brinco em hora errada, e na maioria das vezes eu incomodo. Muito. Mas não se importe muito, só estou sendo eu mesma, sendo feliz. Ou pelo menos fingindo que estou, já que não consigo demonstrar por completo meus sentimentos ou consigo, não sei muito bem. Pode-se dizer que a vida sou como o vento, eu digo que a vida é como o vento, que segue sempre em frente sem nossa licença, sinto-me honrada em dizer que eu não fui sempre como as folhas vão quando vem um vento forte, como as árvores não relutei. Mas, algumas vezes sou como as folhas sim... Seguindo o vento deixei que tudo acontecesse e não lutei contra o inevitável. Com isso algumas vezes eu escapei de tristezas inúteis e sofrimentos desnecessários. Se me arrependo de algo que fiz ou que não fiz? Não! Apesar de você já poder ter ouvido que me arrependo, afinal aceito tudo o que eu fiz de qualquer forma. Da forma que fiz, me trouxe ao lugar onde hoje estou. E não há como chamá-lo, mas se eu posso escolher um adjetivo para ele, elejo "Feliz".

21 maio, 2011

Onde está a felicidade?

Certo dia, (como eu gosto de deixar claro era um dia de verão) como tantos outros dias de verão que há no ano, uma menina estava sonhando como tantos outros sonhos que ele já teve. Sonhava com um dia mais feliz do que o que estava passando, bem ela já sonhou com isso mais de uma vez em duas semanas as coisas realmente não estavam tão boas. Ela queria sair, se divertir e por um momento esquecer-se de tudo, então lá foi ela pela rua afora... Pegou uma garrafa de água, e um pacote de salgadinho e sua bicicleta, botou seus suprimentos em uma bolsa e depois de minutos ninguém conseguia mais vê-la. A menina desceu uma pequena ladeira, desceu e desceu e desceu até chegar a uma pequena cidade. Lá ela conheceu algumas crianças, uma senhora e um cachorro. Todos estavam sentados a beira de um rio, e a senhora estava contando história de quando era jovem. A senhora tinha ar de sábia, ela chegou ao meio da história no termino, ela perguntou.
- Senhora, você sabe onde está a felicidade?
A velha nada lhe disse. Olhou para as outras crianças que neste momento já estavam correndo para banhar-se no rio o dia estava muito quente. A menina continuou a olhar para a velha, ela esperava uma resposta, e o cachorro ela conhecera estava lá, sentado ao seu lado. A velha nada falou. A menina subiu em sua bicicleta, e o cachorro a acompanhava ela achou estranho mais continuou seu caminho... Desceu, desceu e desceu mais um pouco e chegou dessa vez a uma cidade um pouco maior onde perguntou a um moço pela felicidade. Este respondeu que a felicidade estava em prosperar financeiramente. Essa resposta não a convenceu, pois a mesma nunca tinha passado necessidade procurou uma moça, que lhe disse que a felicidade estava em casar-se e ter filhos. Perguntou depois, a um preguiçoso, que lhe disse que só se podia ser feliz descansando.

Perguntou depois ao padre, que lhe respondeu que a felicidade estava em Deus. A menina depois de ouvir tudo isso, cansou e decidiu voltar para conversar com a velha que lhe ignorara no começo de seu passeio. O cachorro não havia a abandonado no caminho. Então a menina voltou a cidadezinha encontrou a velha no mesmo lugar de antes, deixou sua bicicleta de lado sentou-se perto da velha e disse tudo o que todas aquelas pessoa haviam lhe contado. Ela estava confusa...
-Então senhora, quem está correto?
-Todos.
A menina a olhou com cara de confusa, se levantou e foi embora. E ela jamais entendeu.

Desabafo.

Estou escrevendo só para você saber, o quanto me decepcionou. Já se foi tanto tempo, e minhas mãos ainda suam só de pensar tudo o que você me fez passar, mas não posso negar que quando vejo uma foto sua me dá de fato uma nostalgia. Sabe o que é pior? Hoje eu imaginei ter sentido o cheiro do sei perfume (juro que não é mentira). Isso é ridículo! Por que as minhas lembranças de você não me deixam em paz? Quando vejo seus olhos nas fotos me lembro de tudo o que você já me disse, e tudo o que eu já te disse um dia e me dá uma vontade enorme de rir, seja curioso e imagine o porquê, mas sem problema algum eu te direi... Por que você sabia mentir perfeitamente bem e eu também. Enganação mutua isso sempre foi o mais engraçado entre nós. E também me lembrei de uma carta que eu escrevi, mas nunca tive coragem de entregar (não deu tempo) Mas nem queira saber como era (eu bem quis entregar depois, mas era tarde) porque eu o destruí. E desse detalhe eu não me lembro. Uma pena de fato, era uma das melhores cartas que eu já escrevi, e você nem chegou, a saber, da existência dela e era apenas eu mudar um pouco da metade dela que ninguém saberia que era para você. E depois mandar você se enxergar e se convencer que não existe mais nada. Isso é tudo que eu me arrependo. Mentira! Arrependo-me do dia em que aceitei ficar contigo. E lembra quando eu comentei sobre as mentiras? Por um momento eu acreditei em algumas, e me arrependo de ter ficado triste algumas vezes por isso. E me arrependo de não ter respondido as indiretas que você deixou via-internet. Cara-de-pau!
Aproveito o ensejo para lhe lembrar que você está super estranho, você nem de longe é o menino que eu gostei um dia. E você sabe.
E também pra lhe dizer que você finge me suportar muito mal! Faça como eu. Cumprimente na rua. Não se esconda. Pensa que é legal para mim ser educada contigo? É não, Mas eu tento ser educada, ao menos. Afinal, ter que te ver de vez em quando, é de lascar!

Não vou mandar "abraços e beijos".

07 maio, 2011

Lágrimas

Por um momento senti como se tivesse perdido tudo, vendo-o ali sentado sem ninguém ao seu redor vejo a tormenta em sua expressão. Todo aquele momento melancólico e todas as palavras presas em sua garganta. Lagrimas caem de seus olhos, e percorre toda a sua face cada centímetro parece até uma cena ensaiada seus olhos tristes e aquela expressão fria, sagaz e calculista tinha desaparecido. Por um momento pensei que não era o mesmo, ele não aparentava ser. Meu coração acelerou ao ver a cena dele se sentindo menor. Ao sentar-me ao seu lado as lágrimas cessou, sua mão percorreu o mesmo caminho que as lágrimas e após um breve intervalo ele olhou para mim e levantou-se. Humilhação? Não. Apenas viu que quando se tem um sentimento forte por outra pessoa não vale à pena esconder deixar apenas em seus pensamentos. O que vale a pena de verdade é arriscar, arrisque.

16 abril, 2011

Não era

Recostado na parede, fumava. Uma carteira velha de Lucky Strike tirada do bolso do seu moletom desbotado, não era tão velho, mas era o que ele mais gostava de usar. Segundo ele o mais bonito que havia em seu guarda-roupa. Havia comprado aquela carteira há séculos e entocado no móvel do quarto.
- Essa merda deve estar mofada - falava pelo canto da boca enquanto acendia, com um isqueiro, o cigarro.
O cheiro da fumaça se misturava com o doce aroma das pessoas que passavam ao seu lado. Ele não parecia se importar. - Foda-se - diria ele, se questionado sobre o porquê de estar fumando ali, na frente do banheiro feminino. Genioso, era isso que ele era genioso. Mas ele estava, sim, a esperar alguém. Alguém que talvez não viesse tão cedo. Alguém com quem ele não se importava tanto assim - ou, vai ver, apenas fingia que não. Sophie.
Lá dentro, debruçada sobre o vaso sanitário, Sophie vomitava e esperava alguém. Ele. Ambos esperavam, mas nenhum dos dois viria ao encontro do outro. Assim eles iriam permanecer. Ele com o casaco surrado, uma carteira de cigarros vazia na mão e a esperança de encontrá-la e ela jogado no chão, completamente suada, vomitada e desesperada sem ele. Vai ver não era para ser. Ou seria, mas não naquele dia.

07 abril, 2011

O ponto

Hoje eu não vim postar nenhuma história, vim falar de um acontecimento. Para ser exata, um acontecimento de hoje. Como toda quarta-feira a ultima aula é de educação física, mas hoje ela foi diferente, e em certo momento a professora nos mandou deitar e nos imaginar em um museu, sentados olhando para uma parede.
Eu deitada com a cabeça da barriga de um amigo e me imaginei sentada, ao lado de uma pessoa (não, não era qualquer pessoa) em frente a uma parede branca como foi pedido. Nós dois estávamos de mãos dadas, e pensando em um futuro um pouco distante. Depois, ele sumiu e eu percebi que ele não estaria sempre ao meu lado. Então desenhei um ponto em minha parede branca. Um ponto cinza, e como muitos perguntaram não era um ponto grande nem pequeno era simplesmente um ponto. Um simples ponto cinza em uma parede branca que combinava com o banco que estava em sua frente.
E como muitos também me perguntaram responderei, porque um ponto? E porque cinza? Simples. Justamente para provocar em todos, essa duvida. Arte para mim é você ver, refletir. E foi o que aconteceu comigo quando a professora mandou todos fecharem os olhos, refleti. Pensamentos voando soltos por minha cabeça e não consegui pensar em nada para pintar. Então foi quando eu percebi o quão bom era a sensação de você estar sentada refletindo. Pois é, eu fiz um ponto cinza numa parede branca de um museu
.

31 março, 2011

A foto

Pela manhã se levanta, vê que tem café frio em cima da mesa que está desarrumada. Acima da mesa também está um pouco de açúcar derramado ao lado do açucareiro. Olhando para sala, que também estava desarrumada vi a revista que você deixou jogada no chão da sala. O jornal que eu pretendia ler após o café da manhã o vento desarrumou. Por falar no vento, ele é uma das únicas coisas que parecem vivas nessa casa.
Agora eu prefiro deixar as janelas fechadas. Agora a casa perdeu o seu cheiro habitual, que quando você vinha trazia, e ele ficava vivo aqui durante dias isso me confortava. Deixava a casa mais bonita animada e cheirosa. E para lhe ser sincera, há um tempo a casa não sabe o que são esses adjetivos que eu citei logo antes. Ela não sabe mais o que é ter felicidade.
Talvez fique triste ao saber, que nem sua foto eu tenho mais. Lembra aquela foto que ficava guardada em meu quarto? Acho que você ficaria triste em saber que eu a joguei fora, na revolta isso aconteceu. O porta retratos quebrou-se, jogando sua foto para longe, e por algum motivo vendo aqueles cacos me identifico com sua foto.

28 março, 2011

Charada

Bem, não sei se um dia eu já lhe disse, mas de fato eu gosto de brincar de enigmas. Comunicar-me por eles também é interessante, então lá vai esse é especialmente para você:
O que é, o que é? Que mentiu na hora mais imprópria possível, que não teve capacidade de contar a verdade, que ainda não amadureceu o bastante para entender que tudo na vida muda que não vai ser sempre como nós queremos, e que não vai ter sempre um amorzinho esperando?
Te dou um doce se acertar
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25 março, 2011

Casa

Eu estava andando por uma longa estrada. Ainda que deitada em minha cama, apenas olhando para o teto, estava mesmo caminhando. À minha frente vejo se aproximarem as opções. Duas pessoas vem chegando, as lágrimas vão caindo. Cada dia mais perto de decidir o que eu acho que é melhor para mim, ou pelo menos o que eu acho que tenho. E atrás de mim? Um monte de nada, algum lixo alguns momentos bons (que são os mais raros). Mas o melhor de tudo, é que finalmente eu superei algumas coisas que eu achei que seriam insuperáveis. Uma daquelas crises fúteis, que como muitos diriam essas crises que toda menina tem. Paro para pensar em minha vida, olho tudo o que se passou em meu mundo nesse ultimo mês, e vi que se passaram mais coisas ruins do que boa posso confessar-lhe. Eu admiro a noite quieta e silenciosa na rua (e de certa forma, eu paro para me admirar também). E finalmente para, e ouço a voz de Nando Reis em meu som.

22 março, 2011

Veleiro

Sempre vi em filmes o quão românticas são as cenas de casais em barcos, em um fim de tarde. E isso sempre me chamou atenção. E decidi que estava na hora de escrever algo desse tipo.
O vento não chegava naquela tarde. E quando vinha, era incapaz de mover as velas que nos levariam adiante. Estávamos lá, parados olhando como os tons do céu já começavam a mudar de cor rapidamente. Era um dia comum, e nós dois estávamos parados. Do jeito que você e eu bem sabemos qual era. Nada de mais acontecia, só sentíamos o clima ainda meio pesado, um clima de despedida pode-se dizer. O dia estava lindo lembra? Era o nosso ultimo dia no navio depois de três meses rumo a terras desconhecidas para ambas as partes. Até pararmos, e ficarmos olhando o mar juntos, de mãos dadas e depois disso, aquela conversa de olhares, nunca havia percebido o quão castanhos eram seus olhos, que na verdade já havia reparado, mas não com tanta intensidade como nesta tarde. No começo da tarde paraste ao meu lado no convés, olhando o mar, naquele dia que estava quente. Olhei para o lado e via quanto a cor dos seus cabelos ficavam bonitas naqueles tons de laranja, rosa e verde, e no sol baixo do fim de tarde e como sua camisa combinava perfeitamente com a cor de sua pele. Na primeira vez que te vi, pensei que você era mais um João que eu havia conhecido que estava no mesmo barco que eu, até então. Até aquele momento, pelo menos. Nada havia sido tão intenso quando aquele nosso primeiro olhar, no fundo dos teus olhos castanhos. Acompanhado do seu semi-sorriso. Falamos pouco, e nos afastamos. Lembro de todos os momentos com os detalhes mais inúteis (pelo menos foi o que algumas pessoas disseram quando eu contei). Nós estivemos muito próximos. Senti seu cheiro, seu cheiro que é inconfundível. Você sentiu o meu. Nós ficamos próximos e ainda mais próximos. Naquele momento eu te queria para sempre. Os ventos voltaram a soprar e meus cabelos castanhos moviam-se com uma leveza esplendida, enquanto nossos olhares se cruzaram mais uma vez. Eu ainda olhava para você, e você para mim. Quiseste dizer algo, mas tua boca, ainda que aberta, não ousou pronunciar sequer uma palavra. Eu saí com o vento nas costas rumo a minha cabine, antes de desaparecer de vez de sua vista dei uma ultima olhada para trás e vi que seus cabelos também se moviam, dei um sorriso e neste momento eu queria correr para os seus braços. Talvez nos vejamos novamente. Talvez não. Talvez sejamos uma boa lembrança. Quem sabe um dia tu se lembra de mim e me procura? Ou talvez por algum motivo me queiras longe? Ninguém sabe. Acho que nem mesmo você sabe. Mas sei que ao despertar do próximo dia, você poderá estar longe. E desejar que ainda haja na tua vida, espaço para uma mulher de um dia sem vento. Um dia em que paraste para contemplar a vida. E espero que um dia esse vento volte, e me
traga você de volta.

Surto

O romantismo hoje está dentro de mim. Sinto-me romântica, assim me sinto. Só e somente assim. Sim, eu de fato queria que mais alguém se sentisse assim hoje. Sinto-me com vontade de correr pela rua gritando o quão bom é estar ao seu lado. Sinto vontade de presentear-te. Sinto vontade de receber flores e chocolate pela manhã e ouvir um ‘eu te amo’ um simples, eu te amo me deixaria satisfeita. Queria murmurar em teu ouvido os meus mais profundos sentimentos. Consegui pensar por um momento, que tudo era infinito. Consegui pensar que o tempo congelaria. Talvez até quem saiba hoje, pensar no eterno, e considerar a imortalidade. Quero ser sua anja, ou talvez se melhor pensasse sua poetisa. Mas também parar para pensar que o mundo não é só flores e ser bruta, lasciva.
Neste momento queria ser mais que eu, seria eu contigo e você em mim. Quero olhar para trás e conversar banalidades, quem sabe até mesmo contar as peripécias de infância. Conversas silenciosas. Por um momento pensar que com você o melhor dialogo é o do olhar. Ah, os grandes diálogos de olhar esse de fato me animam de uma forma inexplicável. E depois, tudo ficaria mais fácil o diálogo de toques, pensamentos, cheiros e sensações. Pode ser sentada no sofá de minha casa ou no de qualquer lugar, no chão ou até mesmo na poltrona do cinema. Posso declarar-me na esquina de uma rua qualquer, queria ser mais. Quero apenas ser dois. Só, sou apenas meio. Quero de qualquer forma ganhar-te, até mesmo perdendo-me para ti.
Provavelmente amanhã eu não pensarei do mesmo modo que hoje, e queira as mesmas coisas. Talvez eu olhe amanhã, ou daqui a um mês e ria da minha inocência, da minha ingenuidade. O importante é não dar muito atenção as minhas inconstâncias, as minhas idas e vindas. Para ser sincera em grande parte das vezes nem eu mesma dou. Se eu me conhecesse, viveria sem me analisar. O que eu sou depende muito de como estou. Caso me perguntassem hoje, eu diria
romântica.

14 março, 2011

Untitled II

Para uma pessoa escrever não precisa ter um motivo certo, simplesmente da uma vontade de passar tudo para o papel (ou para o computador, tanto faz) histórias que já ocorreram realmente ou simplesmente você um dia acordou com uma vontade imensa de passá-las para outras pessoas lerem. E foi isso que aconteceu depois de ter um final de semana meio conturbado, com vários sonhos estranhos no domingo, eu tive que um sonho que me deixou confusa (não que o da sexta e do sábado não tivessem feito isso, fizeram, principalmente o do sábado) que quando abri os olhos tive vontade de correr para o computador e escrevê-lo para que outras pessoas o lessem. Mas, não o fiz. E bem que pretendia fazer agora, exagerar, aumentar um pouco como ele foi, mas ao mesmo tempo sinto que não devo fazer isso. E deve sim escrevê-lo, mas só para mim. Para quando a situação inteira passar eu rir e refletir se eu tenho a mesma opinião que tenho hoje, mas isso são histórias para ficar em meu caderno. Aquele que só ficam meus pensamentos, que eu tenho toda preguiça de escrever aqui e todo cuidado na hora de guardar. Boa noite, outro dia nesse mês eu volto.

13 março, 2011

mardi gras memories

Ela tirou um tempo para lembrar, de seu carnaval. Que quase ficou sem pernas, e sua voz já não estava das melhores no final das contas. Lembrou-se que na manhã da terça-feira pensou que quando chegasse a casa tomaria banho, e desmaiaria na cama queria acordar apenas no final da tarde da quarta-feira de cinzas. E isso séria lógico, afinal passou 5 dias e suas pernas estavam acabadas. Aconteceu o banho normalmente, e ela chegou a se deitar na cama ficou virando de um lado para o outro sem conseguir dormir, apesar de todo o cansaço.
Normalmente isso acontece quando ocorrem coisas ruins, quando ela está aperreada (bem, pensei em botar a palavra aflita, mas acho que não seria tão adequado assim) ela não dormia. Ela não dormia, mas também não queria se levantar ou sentar para ler. Queria apenas ficar lá, deitada, olhando para o teto do quarto que nem era seu. Essa situação não era nada cansativa, pelo contrario era mais do que relaxante. E era o que ela queria fazer, relaxar tentar esquecer-se de tudo que havia ocorrido e havia a deixado naquele estado. Mas nem assim, com a mente querendo voar, e os seus olhos se fechando algumas vezes e ela vendo aqueles losangos voando em sua frente ela não conseguiu dormir. Depois de muito, ela pegou no sono.
Acordou com a sensação de que iria acontecer algo que não seria tão agradável para ela. E realmente foi apenas questão de tempo. Aquela sensação da noite anterior estava dentro dela novamente. Uma agonia a perseguia... Escutou muitas músicas de Lenine, principalmente a música paciência. Foi isso que a fez perceber que a pesar de toda a felicidade e os momentos bons de seu carnaval, algo havia saído muito errado e ouvir algumas músicas de Lenine e Los Hermanos a mostraram isso. De fato, algo pode ter sido bom para ela e ruim para algumas outras pessoas, a inocência dela de acreditar que todos são maduros para entender algumas situações e confiar em
algumas outras pessoas de certo não é o mais certo.

17 fevereiro, 2011

untitled

Olho o céu meio rosa e alaranjado, é um lindo fim de tarde. Paro para pensar em tudo o que vem acontecendo não só entre nós, mas em toda a minha vida nesses últimos tempos, eu queria escrever uma carta para você, mas, infelizmente todas as tentativas foram em vão. Em meu quarto tem papel espalhado por todos os lados, papeis que nunca jogarei fora. Todos falam sobre você. Sobre como você consegue me confundir, como você tem essa facilidade. Tento achar uma música que faça com que eu esqueça alguns momentos com você, não agüento esse tormento dentro de mim, os fatos que se seguem e a tentativa são em vão, não sei mais dizer se esse sentimento é verdade.
Sentada em meu jardim, olhando o céu de rosa chegar a um tom violeta lendo conversas que nós já tivemos. Uma borboleta pousou em minha perna, eu de fato me assustei, mas preferi ficar quieta. Ela era tão, mas tão linda que eu não conseguia parar de observar sua beleza, por um momento eu consegui tirar você do meu pensamento. E olha que engraçada situação, achei a música de que tanto tempo perdi procurando, mas não a achei com o motivo que havia citado antes, ela me fez mudar de idéia, e percebi que não valia a pena te esquecer. Eu não entendo de onde veio tanto sentimentalismo de uma só vez.

15 janeiro, 2011

Tentei dormir noite passada, fiquei acordada tendo um sonho de uma vida inteira. Quando nós pensávamos que poderíamos torna-los realidade, jogamos todo o nosso tempo fora. E, eu não mudaria uma unica coisa que eu fiz. Algum tempo depois, ficamos mais perto de novo nós começamos a brigar novamente o nosso ego sempre fala mais alto. Você e eu estamos perdendo uma amizade. Eu vejo você, com cara de saudade com vontade de amor. E você me vê desejando que tudo voltasse a ser como antes, mas acabou não posso culpar ninguém. Se nós tivéssemos paciência, poderíamos ter esperado poderíamos ter feito isso direito. No final das contas você tem uma amiga, e vejo que é só isso que podemos ser.