26 outubro, 2010

em vão

Ela estava presa em casa, pensando em tudo o que havia feito. Pensava em seus amores perdidos, sua falta de tempo para tudo e todos. Queria deixar a escola de lado, afinal quem precisa disso? Sua noção de tempo não estava das melhores (ou quem sabe realmente não fosse). Via o seu quarto completamente vazio, o quarto estava quente fazendo-a ficar mais inquieta do que o normal. Falava para ela mesma ''um banho seria uma ótima escolha'', e um tanto rápido ela percebeu que não havia roupas limpas e aceitáveis em seu guarda-roupa, decidiu por a ultima roupa que havia usado era realmente a mais aceitável. Ela lembrou dele por um instante. Exatamente o instante em que ela olhou para sua cama e lembrou que ele havia se deitado lá um objeto, em parte, incomum, ora se não era o belo relógio dele. Ela se perguntou muitas vezes se era realmente dele, ou será que era dela? Ela percebeu que não estava apenas perdida no tempo mas também estava perdida em si mesma. Em seus sonhos e pensamentos, isso poderia ser o efeito das drogas que havia injetado sem nenhum pudor ou simplesmente as horas perdidas lendo algumas revistas fúteis. Ela riu bobamente. Era dele, ela tinha algo dele consigo. Ficou assim por alguns minutos até que percebeu a face molhada e quente. Ela chorava e pensava se um dia ele iria voltar. Silencio. Ninguém respondeu. As lágrimas corriam livres pela sua face e ela deixava. Fazia algum tempo que não chorava. Algum bom tempo... Ela lembrou-se dele. De novo. Cada mínimo detalhe. Seu olhos marejavam, e ela nem sabia o porquê. Então a sua mãe bateu em sua porta, gritou que havia alguém na porta. Ela então se reanimou, esqueceu de seu banho se trocou e foi ao encontro da porta. Era apenas uma amiga, que como sempre queria algo dela. Uma onda de frio se espalhou pelo seu corpo. Calafrios. Suas mãos formigavam. "De novo não", pensou e deixou cair uma solitária lágrima, tão solitária quanto ela. Ficou assim por algum tempo, que parecia uma eternidade. Calafrios iam e vinham, o formigamento continuava. Um formigamento em seu estômago, o seu celular tocava. Sim, ela pensou que era ele. Mais uma lágrima escorre pela sua face, nada. Ele deixou o relógio, simplesmente para servir de lembrança, ela pensa. Choro. Queria ele ao seu lado, mas acha que não pode. Ele não iria querê-la novamente. Foi só uma diversão. Lembre-se do momento de divirta-se, ela dizia a si própria. Se deita, e tenta dormir. Em vão. Em vão.

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